A vida política, social e cultural de Sintra depois do 25 de Abril, à semelhança do resto do país provocou alterações nos hábitos, atitudes e abordagem dos problemas.
Mal sonhava o executivo do dr.Forjaz quando,com pompa e circunstância, recebeu em Janeiro de 1974 o ministro do Interior,Moreira Baptista, que menos de 3 meses depois a revolução dos cravos traria uma reviravolta ao país e a Sintra também.
Por esse tempo, as preocupações passavam pelo encerramento da papelaria Camélia, na Vila, ou a polémica em torno dos projectos para a construção do Hotel Tivoli, entre outras coisas.
Politicamente, com o 25 de Abril cai a Câmara e é designada uma Comissão Administrativa em Junho de 1974 presidida por José Alfredo Costa Azevedo, e composta por Cortez Pinto, Álvaro de Carvalho, Manuel Monteiro Vasco, Carlos Quintela, A.Carvalheiro, Manuel Maximiano, Mário Barreira Alves, José Joaquim Ferreira, Aristides Fragoso ,Jorge Pinheiro Xavier e Lino Paulo.Foi um período conturbado, que culminou em Abril de 1976 no afastamento,por desgosto e motivos de saúde do grande Zé Alfredo das lides políticas.Nesse período o mesmo conseguiu, a custo, inaugurar a estátua a D.Fernando II no Ramalhão,em 28 de Junho de 1975, e inumar as cinzas de Ferreira de Castro, falecido pouco depois do 25 de Abril, na serra de Sintra.
O quotidiano sintrense num quadro de grande ruralidade era ainda marcado por episódios que são reveladores duma época.Em Junho de 1975 finalmente Sintra dispõe de telefones automáticos, dispensando as saudosas meninas do PBX,e em Agosto desse ano são capturados 3 dos 4 assaltantes das Finanças de Sintra, o "Tarzan", o "Al Capone" e o "Botica", que daí haviam surrupiado a módica quantia, para o tempo, de 3000 contos.
As eleições para a Assembleia Constituinte em 75 e para a Assembleia da República em 76 deram a vitória ao PS de Mário Soares e as primeiras eleições autárquicas em 2 de Dezembro de 1976 deram a Câmara ao PS, sob a presidência do tenente coronel Júlio Baptista dos Santos.As candidaturas do PCP(FEPU) e do PPD foram encabeçadas por Lino Paulo e Eduardo Lacerda Tavares.Maria Barroso, esposa de Mário Soares encabeçou a lista vencedora para a Assembleia Municipal.Em S.Martinho foi eleito presidente da Junta Emídio Fernandes Costa.
A partir daí a democracia institucionalizou-se, Sintra cresceu,(desordenadamente),e o paradigma de vila aristocrática e de vilegiatura mudou.Resta a saudade daqueles momentos fundadores, de ver os velhos republicanos a assumir a nova ordem,Salgado Zenha a discursar no Carlos Manuel(hoje Olga de Cadaval)e as sessões de esclarecimento do MFA,perante um mundo novo que emergia.
Em 1976 morreu o Ti João das Barbas, carteiro de enormes suiças e barrete saloio, figura de referência de muitos anos.Com ele desapareceu aos poucos a Sintra dos pêssegos grandes e dos toldos ao mês na Praia das Maçãs,das sociedades recreativas e quermesses, hoje memórias a sépia dum tempo e dum espaço irrepetíveis.
Politicamente, com o 25 de Abril cai a Câmara e é designada uma Comissão Administrativa em Junho de 1974 presidida por José Alfredo Costa Azevedo, e composta por Cortez Pinto, Álvaro de Carvalho, Manuel Monteiro Vasco, Carlos Quintela, A.Carvalheiro, Manuel Maximiano, Mário Barreira Alves, José Joaquim Ferreira, Aristides Fragoso ,Jorge Pinheiro Xavier e Lino Paulo.Foi um período conturbado, que culminou em Abril de 1976 no afastamento,por desgosto e motivos de saúde do grande Zé Alfredo das lides políticas.Nesse período o mesmo conseguiu, a custo, inaugurar a estátua a D.Fernando II no Ramalhão,em 28 de Junho de 1975, e inumar as cinzas de Ferreira de Castro, falecido pouco depois do 25 de Abril, na serra de Sintra.
O quotidiano sintrense num quadro de grande ruralidade era ainda marcado por episódios que são reveladores duma época.Em Junho de 1975 finalmente Sintra dispõe de telefones automáticos, dispensando as saudosas meninas do PBX,e em Agosto desse ano são capturados 3 dos 4 assaltantes das Finanças de Sintra, o "Tarzan", o "Al Capone" e o "Botica", que daí haviam surrupiado a módica quantia, para o tempo, de 3000 contos.
As eleições para a Assembleia Constituinte em 75 e para a Assembleia da República em 76 deram a vitória ao PS de Mário Soares e as primeiras eleições autárquicas em 2 de Dezembro de 1976 deram a Câmara ao PS, sob a presidência do tenente coronel Júlio Baptista dos Santos.As candidaturas do PCP(FEPU) e do PPD foram encabeçadas por Lino Paulo e Eduardo Lacerda Tavares.Maria Barroso, esposa de Mário Soares encabeçou a lista vencedora para a Assembleia Municipal.Em S.Martinho foi eleito presidente da Junta Emídio Fernandes Costa.
A partir daí a democracia institucionalizou-se, Sintra cresceu,(desordenadamente),e o paradigma de vila aristocrática e de vilegiatura mudou.Resta a saudade daqueles momentos fundadores, de ver os velhos republicanos a assumir a nova ordem,Salgado Zenha a discursar no Carlos Manuel(hoje Olga de Cadaval)e as sessões de esclarecimento do MFA,perante um mundo novo que emergia.
Em 1976 morreu o Ti João das Barbas, carteiro de enormes suiças e barrete saloio, figura de referência de muitos anos.Com ele desapareceu aos poucos a Sintra dos pêssegos grandes e dos toldos ao mês na Praia das Maçãs,das sociedades recreativas e quermesses, hoje memórias a sépia dum tempo e dum espaço irrepetíveis.
Fernando Morais Gomes
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