Um grupo de associados e amigos da Alagamares visitou hoje o Palácio de Queluz, usual sala de visitas do Estado e local por onde passaram já inúmeros dignitários estrangeiros, e a precisar de intervenção ao nível da sua dignidade patrimonial.
Pavilhão de caça do marquês
de Castelo Rodrigo no século XVII, edificado por D.Pedro III, e
refúgio de D.Maria I depois de enlouquecer, aí nasceu e morreu o rei
D.Pedro IV, sendo o século XVIII o seu período áureo. Alvo do fogo por
várias vezes, a última das quais em 1934, teve intervenções mais
recentes em 2001, quando reabriu a Sala de Música e a Capela, e nos
últimos anos ao nível da estatuária dos jardins, tendo em 1999 as obras
sido incluídas no Plano Operacional da Cultura, altura em que se
beneficiaram a Cascata Grande e a rede de rega, e abastecimento de água
aos lagos. Com apoio do World Monuments Fund foi também realizado
vasta intervenção ao nível da estatuária e do Canal de Azulejos,
recuperação do coberto vegetal, das esculturas em chumbo de John
Cheere, tratamento contra a bio-colonização invasiva da pedra de musgos
e líquenes, das magnólias e sebes, bem como dos lagos e fontes da
autoria de Jean Baptiste Robillion.
-a necessidade de restauro de muitas das portas e janelas, em estado de degradação, sobretudo as viradas a sul;
-a
necessidade de restauro de algum mobiliário, que é já pouco, atentos
os esbulhos ocorridos durante a invasões francesas e com a partida da
Família Real para o Brasil, bem como por ocasião do fogo de 1934;
-o
tratamento de muitas das áreas espelhadas, denotando a antiguidade,
bem como as "falhas" ao nível dos dourados e madeiramentos podres;
-a necessidade de uma intervenção ao nível da fachada principal(a que dá directamente para os jardins);
-a particular degradação ao nível da Sala dos Embaixadores (tectos) e da sala do Toucador (espelhos e paredes);
-a
necessidade de alargar o perímetro de ajardinamento para a zona
adjacente à cascata, a precisar de limpeza, e onde as inúmeras
laranjeiras, carregadas, carecem de recolha dos frutos.
Ao
nível do tratamento museológico, uma palavra para realçar a falta de
informação sobre o Palácio (os folhetos disponíveis eram todos sobre os
palácios de Sintra), bem como a falta de um serviço de guia-áudio ou
mesmo de visitas guiadas em várias línguas. O uso sistemático dos
jardins para eventos culturais, à semelhança do ocorrido na década de
90, poderia ser uma forma de revitalizar o espaço, bem como dotá-lo de
uma programação regular reforçada.
Tendo
passado recentemente para a jurisdição da Parques de Sintra-Monte da
Lua, espera-se que o dinamismo revelado por essa empresa noutros locais
emblemáticos de Sintra permita devolver o esplendor a um espaço que é
sem dúvida um dos exemplares mais visíveis do barroco e do maneirismo em
Portugal.
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