domingo, 24 de fevereiro de 2013

Tennessee Claflin, a sufragista viscondessa de Monserrate


We hope the day will soon come when every girl will be a member of a great Union of Unmarried Women, pledged to refuse an offer of marriage from any man who is not an advocate of their emancipation. 

Tennessee Claflin


Tennessee Celeste Claflin, Lady Cook, segunda esposa de Francis Cook e Viscondessa de Monserrate, nascida em 1843, foi uma sufragista americana e uma das primeiras mulheres a abrir uma firma de correctores em Wall Street. Empenhada no movimento sufragista, foi igualmente um dos rostos pela legalização da prostituição nos Estados Unidos.
Nascida em Homer, no Ohio, filha dum estalajadeiro de reputação duvidosa, cedo teve de trabalhar como médium para auxiliar a família. Aos 22 anos conheceu o milionário Cornelius Vanderbilt, com quem terá estado para casar. Depois da morte deste, em 1877, recebeu 100 milhões de dólares por ter ajudado alguns dos herdeiros a receber a sua parte, e, rica, partiu para Inglaterra, com um pequeno exército de criados. Aí casou com um jogador, John Bortels, a quem acabou por pagar para se divorciar, e em 15 de Outubro de 1885 em segundas núpcias com Sir Francis Cook, já visconde de Monserrate. Para ele, por ter impulsionado o apoio a artistas na londrina Alexandra House, a rainha Vitória criou-lhe o título de baronete Cook, título que Tennessee igualmente usou durante os 16 anos que foi casada com Francis.
Em Fevereiro de 1870, em Nova Iorque, abriu com a irmã Victoria Woodhull a firma de correctores Woodhull, Claflin & Co, em 44 Broad Street, aventurando-se num universo de homens, o que foi uma pedrada no charco. ONew York Sun anunciou o caso com o título ‘Petticoats Among The Bovine and Ursine Animals.’, tendo ambas ganho a alcunha de The Bewitching Brokers e Queens of Finance.
A firma não vingou, e dedicaram-se a um jornal feminista e radical, o Woodhull & Claflin’s Weekly, onde temas como o aborto, as doenças sexuais ou a prostituição eram abertamente discutidas, o qual durou 6 anos, mais do que o habitual em jornais nesse tempo, tendo chegado a tirar-se 20.000 exemplares. Em 20 de Dezembro de 1871 foi nesse jornal que se imprimiu a primeira versão em inglês do  Manifesto Comunista, de Karl Marx.




Como resultado do apelo de Victoria ao Comité Judicial da Câmara dos Representantes para concessão de votos para as mulheres, junto com Susan B. Anthony e Lucretia Mott, participou na convenção sufragista, apesar da sua visão libertária sobre costumes e a sexualidade ser considerada por estas como demasiado ousada. Tennessee concorreu para o Congresso dos Estados Unidos pelo Estado de Nova Iorque, tendo igualmente defendido que as mulheres cumprissem serviço militar, e chegou a ser eleita coronel de um “colorido” regimento da Guarda Nacional. A irmã, Victoria, foi a primeira mulher a candidatar-se a Presidente dos Estados Unidos (imagem acima). Em 1871, Tennesse, ou Tennie, como gostava de ser tratada, escreveu Constitutional equality a right of woman.
                                 Caricatura de Victoria e Tennessee

O casamento com Francis Cook foi infeliz, embora nas deslocações a Portugal predominasse do casal uma visão aristocrática e filantrópica por parte dos locais. Cook morreu em 1901 e Tennie a 18 de Janeiro de 1923, com 77 anos, em casa da neta, Lady Utica Celeste Beecham, em Inglaterra, sem testamento.

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