terça-feira, 26 de março de 2013

Correnteza desconcertada


O jardim do Soldado Desconhecido em Sintra, na Alameda dos Combatentes da Grande Guerra, mais conhecido por Correnteza, tem um agradável desenho em calçada portuguesa, tão tradicional nas nossas praças e avenidas, e até em Copacabana, no Brasil.Decorrente do uso, frequente é que por vezes careça de reparação e reposição. Não se assassine, porém, o trabalho que outros, noutros tempos, de forma competente esculpiram no chão. As imagens abaixo, do nosso colaborador e cidadão atento, Pedro Pignatelli, dão nota da incúria com que o espaço urbano é tratado, seja por desmazelo de quem fiscaliza, seja por incompetência de quem executa. Mais brio profissional, se fazem favor!
 




quarta-feira, 13 de março de 2013

Natália Correia, 20 anos depois da sua partida


Na madrugada de 16 de Março de 1993, passam agora 20 anos, morria subitamente, com um ataque cardíaco, em sua casa, depois de regressada do "seu" Botequim, a poetisa e escritora Natália Correia. A sua morte precoce deixou um vazio na cultura portuguesa muito difícil de preencher.
Natália Correia nasceu na Fajã de Baixo, São Miguel a 13 de Setembro de 1923 e sempre se considerou uma poeta, recusando-se a ser classificada como poetisa por entender que a poesia era assexuada. Deputada à Assembleia da República entre  1980 e 1991, também aí interveio ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Autora da letra do Hino dos Açores, foi, juntamente com José Saramago, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues, entre outros, uma das fundadoras, em 1992, da Frente Nacional para a Defesa da Cultura.

A sua obra estende-se da poesia ao romance, teatro e ensaio, e foi uma figura central das tertúlias que reuniam em Lisboa nomes centrais da cultura e da literatura portuguesas nas décadas de 1950 e 1960. Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita.

Quando tinha apenas onze anos, o pai emigrou para o Brasil, fixando-se Natália com a mãe e a irmã em Lisboa, onde estudou no Liceu D. Filipa de Lencastre. Iniciou-se na literatura com a publicação de uma obra destinada ao público infanto-juvenil mas rapidamente se afirmou como poeta.

À época, apresentou na televisão na televisão o programa Mátria, onde advogou uma forma especial de feminismo, o matricismo, identificador da mulher como arquétipo da liberdade erótica e passional e fonte matricial da humanidade; mais tarde, à noção de Pátria e de Mátria acrescenta a de Frátria. Tomou igualmente parte activa na oposição ao Estado Novo, tendo participado no MUD (Movimento de Unidade Democrática, 1945), no apoio às candidaturas para a Presidência da República do general Norton de Matos (1949) e de Humberto Delgado (1958) e na CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática, 1969). Foi condenada a três anos de prisão, com pena suspensa, pela publicação da Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica, considerada ofensiva dos costumes, (1966) e processada pela responsabilidade editorial das Novas Cartas Portuguesas de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta. Foi igualmente responsável pela coordenação da Editora Arcádia, uma das grandes editoras portuguesas do tempo.

A sua intervenção política pública levou-a ao parlamento, para onde foi eleita em 1980 nas listas do PPD (Partido Popular Democrático), passando depois a independente. Foi autora de polémicas intervenções parlamentares, das quais ficou célebre, num debate sobre o aborto, em 1982, a réplica satírica que fez a um deputado do CDS sobre a fertilidade do mesmo.

Com Isabel Meireles, Júlia Marenha e Helena Roseta, fundou em 1971 o bar Botequim, onde durante as décadas de 1970 e 1980 se reuniu grande parte da intelectualidade portuguesa. Foi amiga de António Sérgio (esteve associada ao Movimento da Filosofia Portuguesa), David Mourão-Ferreira ("a irmã que nunca tive"), José-Augusto França ("a mais linda mulher de Lisboa"), Luiz Pacheco ("esta hierofântide do século XX"), Almada Negreiros, Mário Cesariny ("era muito mais linda que a mais bela estátua feminina do Miguel Ângelo"), Ary dos Santos ("beleza sem costura"), Amália Rodrigues, Fernando Dacosta, entre muitos outros. Foi uma entusiasta e grande impulsionadora pelo aparecimento do espectáculo de café-concerto em Portugal, na figura do polémico travesti Guida Scarllaty, o actor Carlos Ferreira, na época um jovem arquitecto de quem era grande amiga. Na sua casa, foi anfitriã de escritores famosos como Henry Miller, Graham Greene ou Ionesco.

Em 1991 recebeu o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro Sonetos Românticos
Natália Correia casou quatro vezes. Após dois primeiros curtos casamentos, casou em Lisboa a 31 de Julho de 1953 com Alfredo Luís Machado (1904-1989), a sua grande paixão, bem mais velho do que ela e já viúvo, casamento este que durou até à morte deste, a 17 de Fevereiro de 1989. (São já notáveis as cartas de amor da jovem Natália para Alfredo Luís Machado.) Em 1990, tinha Natália 67 anos de idade, celebrou um casamento de conveniência com o seu colaborador e amigo Dórdio Guimarães. Abaixo, um poema de Natália:

segunda-feira, 11 de março de 2013

Os jovens e a hora que passa


É patente uma menor participação de jovens nos protestos de massas que se vêm repetido pelo país, não obstante alguns mais criativos surjam de quando em quando, minoritários embora. Viu-se no 2 de Março e observa-se na anomia dominante no que respeita a participação na vida colectiva ou no movimento associativo, naquilo que implica sair das zonas de conforto ou da frente do computador.
Se bem que negativa, essa atitude tem uma explicação, que radica sobretudo na resistência a modelos por eles tidos como tradicionais, aí ressaltando uma atitude geracional; por outro, pela precariedade e falta de horizontes de carreira e futuro que os mantêm na franja do sistema.
A taxa de desemprego entre os jovens na União Europeia situa-se globalmente acima de 17%, e segundo a Organização Internacional do Trabalho cairá para cerca de 15% em 2017. Não por terem aumentado as perspectivas de emprego, mas porque em muitos casos os jovens estarão a afastar-se do mercado de trabalho, desistindo de procurar emprego e saindo assim das estatísticas. Em simultâneo, muitos tenderão a deixar de estudar engrossando uma nova geração a que os tecnocratas já chamam de NEET: neither education nor employment (nem a estudar nem com emprego).
Em Maio, a OIT revelou que a taxa de NEET’s subiu 1,9% na União Europeia entre 2008 e 2010 (antes da crise (2008) a taxa situava-se nos 10,9%).
Também o crescimento do mercado de trabalho em part-time entre os adultos (maiores de 24 anos) estará a contribuir para o aumento destes números, quando 17% dos trabalhadores informais já são jovens.
Portugal estava no fim do ano com uma taxa de desemprego jovem de 36,4%( 29,4% no mesmo período do ano passado), quando a média da União Europeia a 27 é de 22,5%.
Face a isto, há que olhar para os jovens com prioridade, a todos os títulos: para que eles se realizem profissionalmente e possam constituir família, aumentar a natalidade e ser autónomos; para que como contribuintes possibilitem o aumento na cobrança de impostos, com que se financie a economia; para que como consumidores, dinamizem o mercado e a distribuição de rendimento; e para que com o seu contributo arejado e inovador tragam massa crítica e desenvolvimento à sociedade que por ora vai assistindo ao seu desperdício geracional. Daí que muitas mais medidas são precisas, para além dos estágios de empregabilidade duvidosa, ou a redução da taxa social única às empresas que contratem jovens, que apenas servirá para facilitar o despedimento oportunista dos mais velhos. São precisos mais estímulos à contratação de jovens, mais crédito para os empreendedores que queiram tentar o seu negócio, criando empresas startup ou vocacionadas para a investigação e o desenvolvimento, mais renovação na administração pública, permitindo a revitalização das gerações e a mudança de mentalidades. Sob o signo da crise, é preciso que a geração NEET não tenha vindo para ficar, incubando frustrações, violência e anomia.
Jacques Rancière, no seu livro Momentos Políticos, uma selecção de escritos dos últimos 30 anos, escreveu que se tornou cada vez mais evidente que os Estados agem apenas como intermediários para impor aos povos a vontade dos poderes financeiros. Em toda a Europa, os governos, de direita como de esquerda, aplicam o mesmo programa de destruição dos serviços públicos e da protecção social, que garantiam um mínimo de igualdade no tecido social, revelando-se a oposição entre uma oligarquia de financeiros e políticos, e a massa do povo submetida à precariedade sistemática e sem poder de decisão (tal como o referendo anulado na Grécia o demonstrou). Estarão pois reunidas as condições para um momento político, isto é, um cenário de manifestação popular contra o aparato de dominação. Mas para que esse momento exista, não é suficiente que se dê uma circunstância, mas também que esta seja reconhecida por forças susceptíveis de transformá-la numa demonstração, intelectual e material, e de converter essa demonstração numa alavanca capaz de mudar a paisagem do “perceptível e do pensável”. Segundo ele, o movimento do 15-M, em Espanha, por exemplo, mostrou claramente a distância entre um poder real do povo e as instituições. Resta a capacidade de transformar um protesto numa força autónoma, representativa e independente.
Os movimentos do 15-M ou do Ocupy Wall Street, por exemplo,  respondem à ideia do poder próprio daqueles que nenhum motivo destina ao exercício desse poder, e esse poder materializou-se, subvertendo a distribuição normal dos espaços. Geralmente há espaços, como as ruas, destinados à circulação de pessoas e bens, e espaços públicos, como os parlamentos ou os ministérios, destinados à vida pública e o tratamento de assuntos comuns. Um renascimento da política passará pela existência de organizações que se subtraiam a essa lógica, que definam objectivos e meios de acção construindo uma dinâmica própria, espaços de discussão e formas de circulação de informação visando o desenvolvimento de um poder autónomo de pensar e agir. E os jovens são o alfa e o ómega desse poder.
Em Maio de 68, as pessoas discutiam Marx, e não parece haver nenhum filósofo atrás dos recentes movimentos. Mas, segundo Rancière, o que se discute hoje é uma visão do mundo que estruture naturalmente estas novas formas de acção colectiva. Em Maio de 1968, a explicação marxista do mundo funcionou no âmbito de uma visão histórica pela qual o capitalismo estaria condenado a desaparecer pela acção da classe trabalhadora. Os manifestantes de hoje não possuem horizonte histórico para o seu combate e são antes de tudo indignados, pessoas que rejeitam a ordem existente, que não podem considerar-se agentes de um processo histórico, e é isto que alguns aproveitam para escamotear, desqualificando o seu idealismo e o seu carácter “inorgânico”.Com estes movimentos, há uma interrupção da lógica da resignação à necessidade histórica preconizada pelos governos. Desde o colapso do sistema soviético, o discurso intelectual contribuiu para endossar os esforços para implodir as estruturas colectivas de resistência ao poder do mercado. Esse discurso acabou. Seja qual for o seu futuro, os movimentos recentes põem em xeque essa fatalidade histórica, lembrando que não lidamos com uma crise da sociedade, mas sim com uma ofensiva destinada a impor formas brutais de precariedade.
Para restaurar os valores democráticos, é necessário chegar a acordo sobre o que chamamos democracia. Habituámo-nos a identificá-la como um duplo sistema de instituições, as representativas e as do mercado. Hoje, isso é coisa do passado: o mercado mostra-se cada vez mais como uma força de constrangimento que transforma as instituições representativas em meros agentes da sua vontade, e reduz a liberdade de escolha dos cidadãos às variantes de uma mesma lógica. Nesta situação, ou se denuncia a democracia como uma ilusão, ou se repensa o que esta significa. Porque a democracia não é uma forma de Estado, é antes de mais a realidade de um poder do povo que não deve nem tem de coincidir com uma específica forma de Estado. Sempre haverá tensão entre a democracia como exercício de um poder partilhado de pensar e agir, e o Estado, cujo princípio é apropriar-se desse poder, justificando essa apropriação com a complexidade dos problemas, ou a necessidade de se pensar a longo prazo. Recuperar os valores da democracia será, pois, em primeiro lugar, reafirmar a existência de uma capacidade de julgar e decidir, que é de todos, frente a essa monopolização, e reafirmar a necessidade de instituições próprias, distintas do Estado. A primeira virtude democrática é a virtude da confiança na capacidade de qualquer um, e o poder dos cidadãos acima de tudo, o poder de agir por si próprios, e constituir-se em força autónoma. A cidadania não é uma prerrogativa ligada ao facto de se haver sido contabilizado nos censos, como habitante ou eleitor, ela é, acima de tudo, um exercício que não pode nem deve ser delegado. É pois preciso opor claramente o exercício da acção cidadã aos discursos sobre a responsabilidade dos cidadãos na crise da democracia, que lamentam o desinteresse dos cidadãos pela vida pública e o imputam à deriva individualista dos consumidores penalizados. Essas supostas chamadas à responsabilidade só têm, na verdade, e segundo Rancière, um efeito: culpar os cidadãos, para prendê-los mais facilmente no jogo que consiste em seleccionar aqueles por quem os cidadãos deverão deixar-se capturar na sua possibilidade de agir fora do momento do voto. Estamos pois num ponto de mutação na ideia de democracia, num sentido mais denso e sentido, cuja próxima fase será a de encontrar vozes e meios com vista a ocupar o seu lugar numa sociedade cuja construção/destruição está dramaticamente em curso. E nela, os jovens têm um papel a desempenhar, o qual, com escolhos e tropeções está ainda a começar.
A aposta é na juventude, e preciso é trazê-la á rua, à escola, aos movimentos culturais, transmitindo-lhes a confiança de serem parte do Nós e não uma soma de Eus paralisados frente a um hipnótico computador. Quem adere?

Fernando Morais Gomes

Uma carta de Jorge Telles de Menezes


"Ao Fernando Morais Gomes,
num aniversário (o 8.º) da Alagamares

Não fui ao evento, amigo Fernando, mas as ideias que queria lançar, ficaram em casa, não saíram de mim. A primeira palavra seria sempre de agradecimento por tudo quanto a Alagamares tem feito por Sintra fazendo em simultâneo votos para que prossiga nesse trilho que desde o início seguiu, o trilho da consciente e determinada defesa da Cultura, não só enquanto Paisagem construída, mas em muitas das suas vertentes, imbuída sempre de um espírito humanista e fraterno. A Alagamares é hoje uma instituição cultural que emana da sociedade civil e que congrega e atrai para a sua dinâmica as melhores e mais lúcidas vontades de Sintra.
Em seguida, discorreria sobre a necessidade de refundarmos os nossos sonhos colectivos. Os nossos mitos estão a precisar de ser lubrificados com nova vida, uma seiva que povoe outra vez o nosso imaginário, porque pior do que não ter quase nada para comer, é sempre para um povo não ter quaisquer ideais, abdicar da capacidade de sonhar um futuro mais humano e mais justo. Por outras palavras, que o vento Euro nos leve todos os trocos dos bolsos, nos espolie do que nossos avós tanto lutaram para que fosse património material do nosso país, mas que não levem a nossa alma, a nossa vontade de sonhar uma sociedade diferente.
Que D. Afonso Henriques surgisse hoje como uma procuradora-geral da República sem medo dos bandidos organizados, das quadrilhas que tanto têm desgovernado esta terra. Que lhes irrompesse pelos escritórios dentro, que revistasse os seus cofres, que seguisse o rasto dos desfalques até essas ilhas onde os piratas escondem os seus tesouros, como animais egoístas e monstruosos que são. E que depois de os deixar julgar em público por D. Pedro I, o Justiceiro, fizesse de novo leis nesta abençoada terra contra a usura, e de todos os Portugueses fizesse os defensores dos princípios imortais que sempre nos hão governar: tolerância face a todas as diferenças, liberdade religiosa e política, espírito empreendedor.
Que um novo Eusébio surgisse como o advogado de todas as minorias étnicas e religiosas, e as levasse para o Parlamento, para aí deixarem ouvir a sua voz. Uma Assembleia multicultural, onde se sentariam também os nossos irmãos Índios do Brasil, ou esses que tão nobremente lutaram para ser um povo nosso irmão, os Timorenses. Um advogado do povo, que como João das Regras soubesse defender não só os mais fracos, mas que apontasse e seguisse o espírito da História.
Uma Nossa Senhora da Concepção que insuflasse de amor as nossas almas, e que deixasse de reinar invisivelmente para se materializar numa nova presidente, numa suprema magistrada, numa combinação de D. Filipa de Lencastre, D. Maria II, Maria de Lourdes Pintassilgo. Uma mulher que lutasse até ao fim para acabar com os restos do estúpido machismo, sensível ao sofrimentos dos humanos e dos animais, que indicasse novos modos mais delicados e fraternos nas relações entre homens e mulheres. Uma educadora e uma pedagoga, protectora e mecenas de todos os artistas, que nos ensinasse novos e saudáveis hábitos alimentares, e estilos de vida mais despreconceituosos e livres.
Que novas Leis das Sesmarias vigorassem em todo o país: terra para quem a quer trabalhar.
Que de D. Dinis revivesse o espírito de um poeta lavrador na mente iluminada de uma poderosa ministra da Agricultura, que seria uma reencarnação de uma Amália ecologista e amiga da agricultura biológica. Que as melhores terras voltassem a ser lavradas e os especuladores imobiliários fossem construir no deserto. Que fizesse voltar a velha floresta portuguesa, e mandasse para o deserto da Austrália todos os que pensam que os eucaliptais que tudo secam são o nosso “petróleo verde”. Uma ministra que amasse a terra, o povo e a sua alma, como uma Amália permacultora.
Um ministro da Economia com a sabedoria de Agostinho da Silva, com a liberdade de pensar que do mar, do vento, da chuva poderá vir toda a energia de que a nossa sociedade necessita para produzir e viver. Que promovesse o associativismo e a cooperação em todas as actividades económicas. Um ministro que filosofasse em torno do princípio da vida grátis, e que não permitisse especulações com as necessidades básicas do ser humano: habitação, saúde, educação, alimentação. Aqui não haveria transigência, e o modo capitalista de produção teria de encontrar substitutos para a sua actividade usurária, talvez na indústria da exploração espacial.
Assumirmos colectivamente que os personagens exemplares da nossa história e pensamento estão vivos entre nós, que nos transmitem vitalidade para combatermos por um Portugal maishumano, mais justo, mais livre e mais sábio."
Jorge Telles de Menezes.

Sobre Jorge Telles de Menezes
À poesia e ao jornalismo literário – foi director interino do Jornal de Sintra,  encontra-se ligado à criação de um novo jornal on-line, Selene Culturas de Sintra, e assina uma rubrica para a revista Nova Águia, intitulada “As Ideias Portuguesas de George Till” – junta-se uma prolífera actividade de tradutor . A obra literária publicada de Telles de Menezes enceta com uma edição bilingue de textos em prosa poética, Numa Cidade Estranha / In einer fremdem Stadt (Berlim, Edition Sonnenbarke, 1983, trad. dos poemas para alemão por Cornelia Fuchs) e passa, em 2003, por Selenographia in Cynthia (Lisboa, Hugin, 2003), um volume que congrega experimentações de uma voz poética surpreendente, tendo como pano de fundo as cenografias pré e pós-históricas da adoração à Sintra Lunar. Novelos de Sintra (Porto, Afrontamento, 2010) dá consistência à ideia de Sintra como lugar de utopia, destino de todos os poetas lunares.

sábado, 9 de março de 2013

Assim foi o 8º Aniversário da Alagamares

Singelo, mas denso e diversificado, assim foi o 8º aniversário da Alagamares. Começando com um roteiro pedonal que da Correnteza a Seteais atravessou dez séculos de História e "estórias" de Sintra, durante a manhã, prosseguiu à tarde com demonstração de yoga, pelo Centro de Yoga de Sintra.

Posteriormente, o evento central das comemorações deste ano: uma tertúlia, que decorreu no Legendary Café, a quem se agradece as facilidades dispensadas, e que sob o tema "Cultura e Cidadania em dias de Incerteza" reuniu a antiga ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, os escritores e ensaístas Miguel Real e Sérgio Luís Carvalho, o presidente do Movimento Internacional Lusófono, Renato Epifânio e o jornalista e antigo director do PÚBLICO José Manuel Fernandes.
Questionados sobre se estaremos a atravessar um "outono cultural" marcado pela "não inscrição" crítica dos receptores culturais, e sobre se a crise proporciona oportunidades, os oradores exprimiram a sua opinião, tendo a antiga ministra do XVIII Governo Constitucional referido que na fase actual há que reagir, não aceitando que o corte de verbas estimule a criatividade, sendo mesmo algo de negativo, enquanto Renato Epifânio salientou a importância da lusofonia neste novo ciclo, e o voltar ao mar, numa acepção metafórica. Já Miguel Real destacou que com ou sem crise, a última década assistiu ao aparecimento de novos e ja firmados valores, sobretudo no cinema e literatura, tendo de um modo geral todos concordado que para os criadores individuais a crise não será tão relevante como para os que sobrevivem da actividade criativa que envolve apoios e públicos, claramente avaros nesta fase de anemia financeira. Também uma linha distintiva entre cultura e entertenimento foi realçada, chamando-se a atenção de que se o mar de que tanto se fala hoje representa 2% do PIB, a cultura já representa 2,6%, como o destacou o relatório que Augusto Mateus elaborou sobre a matéria. A conclusão possível foi positiva quanto às virtualidades do segmento cultural, com as ressalvas de, a um período de cosmopolitanismo cultural associada às décadas anteriores de crescimento económico não irromper agora, associado à dita crise um nacionalismo serôdio, sebastiânico e ressabiado. Algumas fotos:

 

Já ao serão, os Orbesirindo, agrupamento de Spoken Word composto por Rui Mário, Pedro Hilário e Rui Zilhão, completaram o cartaz das comemorações, com um espectáculo no qual se celebraram os Magos da Palavra, como, de forma original e inovadora só eles, em Sintra, sabem fazer.
Independente, mas com opinião, e procurando "inscrever" na vida da Polis a magnitude da sociedade civil, atenta a causas, na estrada e não na berma da Opinião e Acção, assim se manterá a Alagamares ao iniciar o seu 9º ano, com o orgulho de poder afirmar que, apesar das avarezas da Verba, o Verbo, falado e descendo ao terreno lhe não faltará, não desistindo do tempo a que se chamará de Futuro.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Tertúlia da Alagamares discute Cultura e Cidadania

No âmbito do seu 8º aniversário, a Alagamares promove dia 9 de Março, no Legendary Cafe, R.Alfredo Costa nº10, em Sintra(junto aos Paços do Concelho) uma tertúlia em torno do tema "Cultura e Cidadania em dias de Incerteza". Temas como a participação na vida cultural, os movimentos contemporâneos, o papel dos cidadãos ou as dificuldades do sector e dos agentes culturais, suas patologias e desafios, estarão em debate. Para tanto, a Alagamares confirma a presença dos seguintes oradores:
                                      
GABRIELA CANAVILHAS
Antiga ministra da Cultura do XVIII Governo Constitucional, foi directora artística do Festival MusicAtlântico (1999-2009) nos Açores, presidente da Associação de Música, Educação e Cultura (2003-2008), responsável pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Academia Nacional Superior de Orquestra e o Conservatório Metropolitano de Música de Lisboa, directora regional da Cultura do Governo Regional dos Açores (2008-2009) e membro do Conselho Directivo da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. Tem sete álbuns gravados, tendo assinado as primeiras interpretações gravadas de obras de compositores como João Domingos Bomtempo ou Alfredo Keil. Gabriela Canavilhas possui o Curso Superior de Piano do Escola de Música do Conservatório Nacional e é licenciada em Ciências Musicais, pela Universidade Nova de Lisboa.



MIGUEL REAL
Miguel Real é o pseudónimo literário de Luís Martins. Escritor, ensaísta e professor de filosofia.Em 2006, conquistou o Prémio Literário Fernando Namora com o romance A Voz da Terra.
Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa e Mestre em Estudos Portugueses pela Universidade Aberta, com uma tese sobre Eduardo Lourenço.
É, actualmente, colaborador do JL, Jornal de Letras, Artes e Ideias onde faz crítica literária. É radialista na Antena 2, no programa Um Certo Olhar com, Maria João Seixas, Luísa Schmidt, Carla Hilário Quevedo e Luís Caetano.
Integra desde 2011 o Conselho Consultivo da Alagamares
Obras: Agostinho da Silva e a Cultura Portuguesa (2007) O Último Minuto na Vida de S. (2007) O Último Negreiro (2007) Quidnovi O Último Eça (2007] Quidnovi 1755 - O Grande Terramoto (2006) Europress O Marquês de Pombal e a Cultura Portuguesa (2006) Quidnovi Voz da Terra (2006) O Último Negreiro (2006) O Último Eça (2006) A Voz da Terra (2005) Quidnovi
O Essencial Sobre Eduardo Lourenço (2003) I.N.- C.M. Eduardo Lourenço - Os Anos da Formação 1945-1958 (2003) I.N.- C.M. Os Patriotas (2002) Europress Geração de 90 (2001) Campo das Letras A Visão de Túndalo Por Eça de Queirós (2000) Difel Portugal. Ser e Representação (1998) Difel A Verdadeira Apologia de Sócrates (1998) Campo das Letras Narração, Maravilhoso, Trágico e Sagrado em «Memorial do Convento» de José Saramago (1996) Editorial Caminho A Morte de Portugal
Presidente da Assembleia Geral do MIL: Movimento Internacional Lusófono
Prémios Literários: Prémio Revelação de Ficção da APE/IPLB em 1979 (O Outro e o Mesmo) Prémio Revelação de Ensaio Literário da APE/IPLB em 1995 (Portugal – Ser e Representação) Prémio LER/Círculo de Leitores 2000 (A Visão de Túndalo por Eça de Queirós) Prémio Fernando Namora da Sociedade Estoril Sol em 2006 (A Voz da Terra)



JOSÉ MANUEL FERNANDES
Jornalista, deu os primeiros passos no jornalismo, passando por vários jornais ligados à UDP, até ingressar na redacção d' A Voz do Povo, à época dirigida por João Carlos Espada. Chegou a chefe de redacção do mesmo jornal, até ao seu encerramento e já depois do afastamento da tutela do partido. Seguiu para a redacção d' O Jornal (que desaparecido em 1993 se transformou na revista Visão), onde trabalhou seis meses antes de ingressar no Expresso, na década de 80, de que foi redactor até 1989. Fez parte do grupo de jornalistas que, com Vicente Jorge Silva e Jorge Wemans, deixam o Expresso para fundar o Público onde foi, sucessivamente, subdirector (1990-1996), director-adjunto (1996-1997) e director (1998-2009), com um lugar no respectivo Conselho de Administração (1998-2009). Deixou o cargo de director do Público no final de 2009, mantendo desde então uma coluna nesse jornal com o título Extremo Ocidental.
Dirige, desde 2011, a revista "XXI, Ter Opinião", anuário da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Colaborou e integrou o Conselho Editorial da revista Risco durante toda a sua existência, mantém-se como colaborador e membro do Conselho Editorial da revista Nova Cidadania, é fundador e membro da direcção do Observatório da Imprensa e membro do board do Fórum Mundial de Directores, no quadro da Associação Mundial de Jornais (WAN-IFRA), entre 2000 e 2009). Integra desde 2010 o colectivo do blogue Blasfémias.

É autor de vários livros- o primeiro dos quais, A Aposta no Homem (1985), foi escrito no quadro de uma equipa dirigida por Carlos Pimenta. Com o fotógrafo Maurício Abreu publicou O Homem e o Mar – O Litoral Português (1998), Rios de Portugal (1990), e Serras de Portugal (1994), abordando a defesa do património natural e cultural do país. Os textos que escreveu na sequência do 11 de Setembro de 2001, onde defende a intervenção militar no Iraque, foram reunidos no livro Ninguém é Neutro (2003). Em 2010 edita, em conjunto com D. Manuel Clemente, bispo do Porto, Diálogos em Tempo de Escombros[4] e, em 2011, é autor de um ensaio na colecção da Fundação Francisco Manuel dos Santos, "Liberdade e Informação".
Recebeu vários prémios ao longo da sua carreira, nomeadamente o prémio Gazeta de Jornalismo Ambiental (1995) e o Grande Prémio do Clube Português de Imprensa (1998).
SÉRGIO LUÍS CARVALHO
Licenciou-se em História (1981) e é mestre em História Medieval (1988).Foi  Director Científico do Museu do Pão.

Publicou os romances “Anno Domini 1348” (Edição C. M. S., 1990; Prémio Literário Ferreira de Castro 1989; finalista do Prémio Jean Monnet de Literatura Europeia, Cognac 2004 e finalista do Prémio Amphi de literatura Europeia Lille 2005), “As Horas de Monsaraz” (Campo das Letras, 1997), “El-Rei-Pastor” (Campo das Letras, 2000), “Os Rios da Babilónia” (Campo das Letras, 2003), “Retrato de S. Jerónimo) O Segredo de Barcarrota (2011) ou O Exílio do último Liberal (2012)

RENATO EPIFÂNIO
Renato Epifânio é Membro do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira e da Direcção da Associação Agostinho da Silva; Secretário-Executivo da Comissão das Comemorações do seu Centenário; investigador na área da "Filosofia em Portugal", com dezenas de estudos publicados. Tem Licenciatura e Mestrado em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; doutorou-se, na mesma Faculdade, com a dissertação Fundamentos e Firmamentos do pensamento português contemporâneo: uma perspectiva a partir da visão de José Marinho (IN-CM, no prelo). É autor das obras Visões de Agostinho da Silva (Zéfiro, 2006), A Via Aberta do Pensamento Português Contemporâneo (Zéfiro, no prelo) e Repertório da Bibliografia Filosófica Portuguesa (Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2007), já em parte publicado na Philosophica, Revista do Departamento de Filosofia da F.L.U.L. Partilha, com Paulo Borges e Celeste Natário, a Direcção da Revista Nova Águia, sendo o Director da colecção com o mesmo nome na Zéfiro. Faz ainda parte da Comissão Coordenadora do MIL: Movimento Internacional Lusófono.
JORGE TELLES DE MENEZES
Poeta, tradutor, dramaturgo, cultor de spoken Word. Sintra tem despertado no autor e do muito que por sua vez o poeta nascido no Porto tem dado à Sintra que (o) adoptou: o seu nome é, com efeito, parte obrigatória do roteiro cultural sintrense, quer pela sua ligação regular às produções da companhia de teatro Tapa Furos e apoio dado a iniciativas literárias de interesse para a cidade quer pela poesia que faz ecoar na serra que Lord Byron tanto amou. Cultivando um género de espectáculos onde confluem diversas disciplinas artísticas – desde a poesia recitada e a representação à música ouvida e às artes plásticas, o grupo, em associação com o Teatro Tapa Furos, promoveu um conjunto de sessões “pantónicas”, espectáculos semi-espontâneos, próximo das jam sessions do Jazz, fundamentados na aspiração ao sincretismo patenteado nas composições do músico alemão Arnold Schönberg. As “pantónicas” mudaram certamente para sempre a forma de se dizer e de se fazer arte em Sintra. Jorge Telles de Menezes fez ouvir a sua voz de diseur também em outros momentos mais informais, como os das tertúlias poéticas organizadas no antigo restaurante Casa da Avó, acontecimentos mais espontâneos mas decerto igualmente importantes para a vida cultural sintrense.
À poesia e ao jornalismo literário – foi director interino do Jornal de Sintra, encontra-se ligado à criação de um novo jornal on-line,
Selene Culturas de Sintra, e assina uma rubrica para a revista Nova Águia, intitulada “As Ideias Portuguesas de George Till” – junta-se uma prolífera actividade de tradutor . A obra literária publicada de Telles de Menezes enceta com uma edição bilingue de textos em prosa poética, Numa Cidade Estranha / In einer fremdem Stadt (Berlim, Edition Sonnenbarke, 1983, trad. dos poemas para alemão por Cornelia Fuchs) e passa, em 2003, por Selenographia in Cynthia (Lisboa, Hugin, 2003), um volume que congrega experimentações de uma voz poética surpreendente, tendo como pano de fundo as cenografias pré e pós-históricas da adoração à Sintra Lunar. Novelos de Sintra (Porto, Afrontamento, 2010) dá consistência à ideia de Sintra como lugar de utopia, destino de todos os poetas lunares.

sexta-feira, 1 de março de 2013

8º Aniversário da Alagamares


A Alagamares- Associação Cultural completa 8 anos dia 9 de Março de 2013.

Projecto de carolas gisado em fins de tarde nos cafés de Galamares, Alagamares se lhe decidiu chamar, por ser esse o primitivo topónimo da aldeia onde a maioria dos fundadores morava e, porque tal como o mar alagava o rio das maçãs quando este era navegável, também assim se desejou, que como a água purificadora, o conhecimento e o desafio de alargar o espírito alagassem as mentes dos que connosco abraçaram este projecto.

Fizemos colóquios e passeios, oficinas artísticas e debates, convívios e conferências. Não esquecemos valores locais, em carne e em pedra. Zelámos para que um chalé arruinado revisse portentoso a luz de Sintra e o seu cheiro inebriante. Demos a conhecer e aprendemos. E, apesar do mar revolto e dos pequenos adamastores, continuamos nessa senda, por vezes quixotesca, mas que por isso mesmo nos torna cidadãos mais reconciliados connosco próprios, caminhando na Estrada e não nas bermas, nesta terra com uma serra por sentinela, milenar guardiã e larvar berço de lendas e histórias, de mouros e cristãos, visionários e viajantes, aristocratas e feiticeiros, espantados com o sempre odorífico triunfo do verde e em presépio aninhando casas, palácios, fontes e miradouros, na pretérita lembrança do Cruges e Calisto Elói, de Garrett e Zé Alfredo, de Anjos Teixeira e M.S.Lourenço, da feiticeira Llansol e de Nunes Claro, ou mesmo até do Carvalho da Pena cavalgando na serra, druida da floresta e dos lagos.

Em Sintra assentámos arraiais e hipnotizados mirámos o castelo onde invisíveis ogres lançam caldeirões de azeite e soturnas bruxas invadem a noite em holográficas vassouras. Aqui escutámos os passos dum rei prisioneiro e o ecoar das festas joaninas, um amargurado Camões lendo para um rei alucinado, a condessa d’Edla e D.Fernando, acorrendo à Vila com o repicar do sino em S. Martinho ao fundo.

A Alagamares está na estrada e não na berma. Sem dinheiro, mas enriquecida pelo contributo dos que amam Sintra e a querem como vila criativa e nicho de cultura, onde cada cidadão seja um jardineiro e cada munícipe um laborioso operário dessa utópica Pólis, voltado para o primado do Nós e refreando os Egos que todos juntos apenas subtraem e nada somam.

Estaremos no abate injustificado de cada árvore, na divulgação dos artistas sem luzes da ribalta e dos arredados da fama. Estaremos na luta pelo restauro do património público e privado que sangra em muitas vielas da Vila Velha ou nos iníquos depósitos de gente e frustrações que são os subúrbios a que chamam áreas metropolitanas. Estaremos no desfolhar deste livro ainda incompleto que é Sintra e as suas gentes.

É tempo de celebrar. E além de celebrar, lembrar. Lembrar que a esperança se constrói e não é só um estado de alma; que o Futuro sem desafio em breve será um passado desolador, que é este o momento e a hora da nossa geração deixar marcas e pegadas que um dia nos possam deixar dizer: valeu a pena. E ao dar a conhecer a nossa História e tradições, artistas e artesãos, tendo sempre em mira a necessidade da inscrição, como escreveu José Gil, de ter espírito crítico e modelador da cidadania na nossa apreensão das expressões culturais, atentos àquilo que com a cultura se pode alterar, inscrevendo a verdadeira mudança e não a mera reprodução de modelos e estereótipos, fazer da cultura e da expressão cultural uma arma para transformar intrinsecamente a sociedade e não apenas um camarote de vaidades ou manifestações culturais acríticas e folclóricas, pindericamente estrangeiradas e serôdias.

Somos poucos, mas seremos aquilo que nenhum triunvirato de usurários da finança conseguirá que deixemos de ser: livres e com opinião, livres para ouvir e para falar, construtivos no objectivo de destruir atavismos mentais e abrir portas à suave brisa da mudança.

Pelo ano fora, haveremos de nos ver por aí, em debates e roteiros, em intervenções e denúncias, e cúmplices, saberemos quem somos e ao que vimos, e dia a dia, evento a evento, haveremos de escrever com letra grande a palavra Cidadão.

Sobre as nossas actividades nestes 8 anos, ver em




Dia 9 de Março a Alagamares celebrará o seu 8º Aniversário com a seguinte programação:


10H- Roteiro pedonal do Soldado Desconhecido a Seteais revisitando 10 séculos de História de Sintra. Grátis, inscrições para o alagamaressintra@gmail.com Max 40 participantes.

NO LEGENDARY CAFÉ:

14h45m- Demonstração de yoga, por Maria João Bandarra. 50m. Entrada livre.”Alagamares Amares: Terra Natal de Gualdim Paes? O Sonho Índia seria o sonho templário?

15h50m- Renato Epifânio, presidente do Movimento Internacional Lusófono apresenta o último número da revista “Nova Águia”

16h15m- Tertúlia “Cultura e Cidadania em tempos de Incerteza” com Gabriela Canavilhas, José Manuel Fernandes, São José Lapa, Miguel Real, Sérgio Luís de Carvalho, entre outros

20h30m em diante- Música e poesia pelos amigos da Alagamares

22h22m- Spoken Word pelos Orbes Ir Indo 


ATRÁS DA CULTURA ESTÃO PESSOAS!