quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Jantar de Natal

Como habitualmente e com uma meia centena de associados e amigos, decorreu no dia 17 de Dezembro, desa feita, na Adega do Cozinheiro em Galamares o tradicional jantar de Natal. A todos os nossos associados e amigos, Feliz Natal e auspicioso 2012!

domingo, 18 de dezembro de 2011

Visita ao Chalé da Condessa

Precedendo o tradicional jantar de Natal, um grupo de associados da Alagamares visitou o Chalé da Condessa, para, de certa forma completar um ciclo de luta pelo seu restauro iniciado em 2006 e que durante cinco anos se manteve em prol da recuperação que hoje é visível no edifício e jardins, em breve o mesmo sucedendo com os interiores. Um exemplo de como quando o Verbo encontra eco na Verba a obra cresce e avança. Na secção Documentos deste site pode ser consultado o dossiê das iniciativas que devolveram este exemplar do Romantismo à plena fruição dos portugueses e dos visitantes em geral.
Mais fotos:

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Decisões da reunião da Alagamares de 6 de Dezembro


Informar os associados da vida interna da Alagamares é também um dever, e assim, regularmente passaremos a dar conta das nossas decisões e propostas mais relevantes. Aqui vão as principais decisões da reunião directiva de 6 de Dezembro:

1. Foram designados Filipe Fiúza e João Aguiar como representantes da Alagamares no Conselho Geral da Escola D.Fernando II, em Sintra.

2. Foi deliberado que a quota anual em 2012 será de 12 euros, tendo sido designada uma Comissão para promover e agilizar os procedimentos relativos à cobrança das mesmas e actualização do ficheiro de sócios nos próximos 2 meses, de acordo com as sugestões apresentadas.

3. Foi deliberado contactar empresas e privados que queiram contribuir para os nossos eventos, e adopção de um critério de selecção de eventuais parcerias e apoios, a concretizar em apoio financeiro, ou para aquisição de equipamentos e materiais úteis para a associação.

4. Foi deliberada a adopção de um novo logótipo, indo recolher-se propostas para decisão sobre o mesmo.

5. Foi decidido promover em 2012 o Prémio Literário da Alagamares na categoria “Conto”, estando a ser elaborado o respectivo regulamento, sendo este um dos temas a submeter à consideração do Conselho Consultivo de 28 de Janeiro.

6. Foi deliberado tomar posição pública sobre o abate de árvores em Sintra, e a ausência de replantação subsequente, bem como insistir na necessidade de mais e maior informação por parte das entidades a respeito destas iniciativas.

7. Foi comunicado que com a colaboração da Parques de Sintra-Monte da Lua se efectuará uma visita técnica da Alagamares e convidados  ao Chalé da Condessa, no dia 17 de Dezembro, tendo em conta a postura da associação como “stakeholder” e parceiro da sociedade civil, no âmbito do acompanhamento deste processo cívico.

8. Ficou definido que neste mandato as reuniões de Direcção alargadas se realizarão mensalmente e às terças-feiras, tendo sido agendadas todas as que ocorrerão até Junho: 10 de Janeiro, 7 de Fevereiro, 6 de Março, 3 de Abril, 5 de Maio e 5 de Junho.

9. Foi aprovado o calendário e os eventos a levar a efeito no primeiro semestre de 2012, que será divulgado apenas no mês anterior a que digam respeito. Adianta-se que serão um total de 21 iniciativas, entre workshops, visitas culturais e ambientais, palestras, colóquios e intervenções cívicas e artísticas.

10. Foi decidido convocar uma primeira reunião dos órgãos sociais com o Conselho Consultivo para o dia 28 de Janeiro de 2012.

11. Foi decidido proceder a reformulações no site e newsletter, já de acordo com a nova imagem visual que com o contributo de todos venha entretanto a ser aprovada.

12. Foi deliberado agendar desde já uma Assembleia Geral Ordinária para o dia 20 de Março de 2012, viando a aprovação de contas, alteração aos estatutos e outros temas entretanto apresentados.

13. Foi decidido que os locais dos eventos ficam em aberto, e a cargo da equipa que os levar a efeito, podendo os de interior ocorrer em espaços municipais, bares, colectividades, bibliotecas ou escolas.

14. Foi decidido que na reunião de Maio se fará o agendamento de eventos até  Setembro/ Outubro.

15. Foi decidido que cada evento terá uma equipa com pelo menos 1 responsável e 2 a 3 colaboradores, que podem ser dos órgãos sociais ou não, desde que sob a responsabilidade do elemento de contacto.

16. Foi decidido que à semelhança do praticado em direcções anteriores, de cada evento no seu final será apresentado um relatório para conhecimento da reunião directiva do mês seguinte ao evento, contendo o nome do evento, responsáveis, objectivos pretendidos e conseguidos, fragilidades, nº de participantes, custos e receitas, e respectivos comprovativos. Os aspectos financeiros serão sempre colocados pelos coordenadores ao presidente e tesoureiro antes, durante e depois do evento.

17. Foi feita uma saudação à nossa vogal Susana Gaspar por ter sido designada para a coordenação do grupo 19, de Sintra, da Amnistia Internacional.

Sintra, 6 de Dezembro de 2011

domingo, 4 de dezembro de 2011

Tertúlia sobre a Guerra de África



Como previsto, decorreu na tarde de 4 de Dezembro uma tertúlia evocativa do ano de todos os perigos: 1961, agora que decorreram 50 anos de mudanças vertiginosas.
Em 1961 estava-se em plena crise dos misseis em Cuba, Kennedy subira ao poder nos Estados Unidos, atormentado pelo vendaval da história, no sentido democrático e descolonizador, Portugal vê rebentar conflitos armados em Angola, em Luanda e nas terras dos bacongos, perde de vez a Índia, assiste a revoltas palacianas como a de Botelho Moniz e motins como o do quartel de Beja. Incrédulo, o mundo acompanha o sequestro do Santa Maria, e compreende que algo vai mal no rincão à beira mal plantado.
Para analisar as causas e consequências de tudo isto, a Alagamares reuniu no Legendary Café, em Sintra, um animado grupo de tertulianos que, interessados, ouviram  histórias contadas por quem fez História, contadas por Carlos Matos Gomes, coronel comando e autor de vasta obra sobre a Guerra de África, e Rodrigo Sousa e Castro, capitão de Abril, membro do extinto Conselho da Revolução e responsável depois de Abril pela extinção da PIDE/DGS.
Foto de Pedro Macieira

sábado, 3 de dezembro de 2011

Onde pára o fontário manuelino?


Há muito desapareceu sem deixar rasto a fonte manuelina do Largo Afonso Albuquerque, em plena Estefânia de Sintra, e que durante muito tempo fez parte integrante da paisagem, facto que ninguém explica apesar dos protestos de vários sintrenses. Onde pára o fontário manuelino?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Mais um plátano abatido no Centro Histórico de Sintra. O discreto mas implacável ruído da serra eléctrica continua a sangrar impunemente. E a replantação. Quando e com quê? 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

HISTÓRIAS DE MONSERRATE

Há cerca de um ano a Associação Amigos de Monserrate desafiou um grupo de escritores para escrever sobre Monserrate. Aceite o desafio com entusiasmo, surge agora a obra " Histórias de Monserrate", cujo lançamento terá lugar no próximo dia 5 de Dezembro, segunda-feira, pelas 18:30, na sede da Editora "Assírio e Alvim" ao Chiado ( Pátio do Siza ).

domingo, 20 de novembro de 2011

Alagamares juntou partidos para discussão da reforma autárquica

             


Decorreu no passado dia 19, no Palácio Valenças,em Sintra, um debate promovido pela Alagamares em torno da reforma da Administração Local, despoletado pelo designado Documento Verde, e que vai implicar alterações não só no mapa das freguesias, como no número de eleitos e na reconfiguração do modelo eleitoral e competências das autarquias. Decorre desse documento que Sintra verá agrupadas 5 das suas actuais freguesias (Montelavar, Pêro Pinheiro, S.Maria e S.Miguel, S.Pedro de Penaferrim e S.Martinho), reduzidos os vereadores de 10 para 8, e reconfigurado o quadro de dirigentes municipais, de acordo com critérios aí definidos no sentido da sua diminuição.

Com uma plateia interessada, e juntando pela primeira vez em torno deste tema representantes dos partidos políticos com assento na Assembleia Municipal, a sessão, que durou várias horas e contou com a participação de diversos presidentes de juntas de freguesia, começou com a intervenção do presidente da Comissão Política concelhia do PSD, José Faustino, que salientou que há um maior sentimento de pertença nas comunidades mais pequenas e que a agregação de freguesias faz sentido, pois as realidades actuais não satisfazem as populações, tal como apoiou a ideia das comunidades intermunicipais, de que segundo ele, a Sanest presentemente já representa uma realidade aproximada. As estruturas devem estar adaptadas à satisfação das necessidades, enfatizou.

O representante do CDS/PP, Silvino Rodrigues, por seu turno, realçou que a Assembleia Municipal deverá ter um papel relevante na definição destas novas realidades, alertando contudo para que não se faça uma divisão do território “a régua e esquadro”. O país já é muito assimétrico, salientou, e tal não deve ser agravado. No que concerne às mexidas no sector empresarial local, recomendou que se veja antes se o mesmo está dimensionado, admitindo, por exemplo, que serviços como os da recolha do lixo possam ser partilhados por mais de um município. Para Silvino Rodrigues, o problema das empresas municipais é em muitas ocasiões, uma questão de escala e má gestão. 

Rui Pereira, em representação do PS, apoiou a futura existência de executivos municipais monocolores, tal como já sucede com a formação dos governos, pondo igualmente ênfase na necessidade de organismos regionais como as áreas metropolitanas virem a ser sufragadas por eleição, até pelo previsível reforço das suas competências num quadro partilhado. Quanto à transferência de competências para as freguesias, apontou algumas más experiências do passado, reiterando que as competências das juntas devem ser igualmente políticas, o que em seu entender, não acontece de forma satisfatória no actual panorama. Desvalorizando o Documento Verde, salientou que este não é um projecto legislativo concreto e que enquanto proposta de reforma é uma oportunidade perdida. Só com uma proposta concreta, insistiu, se poderá fazer um debate sério sobre o que está em jogo. Exemplificando com a possível fusão das três freguesias “históricas” de Sintra, delas resultará um território que só por si será superior ao dos concelhos de Amadora e Oeiras juntos, refutando comparações com a reorganização feita em Lisboa. “Lisboa racionalizou”, frisou, enquanto a proposta do governo visa apenas acabar com 1500 freguesias, criando muitas sem identidade ou referências.

Usando da palavra em representação do PCP, o antigo vereador e deputado municipal Lino Paulo, ironizou que o documento “ainda está verde e pode apodrecer na fase legislativa”, e pouco diz, segundo ele, do que serão as propostas de lei que daí se seguirão. Apontando o que em seu entender foram algumas incongruências do PS no passado, elogiou as reformas de Mouzinho da Silveira e Passos Manuel, no século XIX, para si as verdadeiras reformas no sector feitas até hoje, e desmontou o mito de que existem autarquias a mais, dando alguns exemplos: a Bélgica, país com metade da dimensão de Portugal e 600 municípios, a Holanda 430, a Suíça 2721, além da proliferação de figuras administrativas similares às das nossas freguesias. As freguesias têm um papel importante na vida das pessoas, referiu, e uma reforma feita de cima para baixo só irá criar novos problemas. “É a freguesia quem dá apoio aos clubes, aos bombeiros, às IPSS, às colectividades”. Deixou ainda a informação que o PCP no quadro da Assembleia da República vai apresentar projectos de diplomas abarcando todas as matérias abordadas pelo designado Documento Verde.

Por seu turno, João Silva, do Bloco de Esquerda comungou da ideia de que a reforma é apressada, aumenta o centralismo e o bipartidarismo, bem como o poder dos presidentes de Câmara, sem um correspondente aumento dos poderes das Assembleias Municipais, onde deverão em seu entender ocorrer  moções de censura ao executivo. Também em seu entender as Assembleias Municipais deveriam ter maior controlo sobre o sector empresarial local. Quanto às verbas para o poder local, estas deveriam ser descentralizadas, para acabar com o “chapéu na mão”, e vir directamente do orçamento do Estado. Igualmente defendeu a eleição directa dos órgãos das áreas metropolitanas e a criação de uma comissão eventual da Assembleia Municipal para acompanhar este assunto.

Em nome da Alagamares e no sentido de deixar contributos para o debate,interviu João Afonso Aguiar, reflectindo sobre o fenómeno da desorçamentação das autarquias através do seu sector empresarial; sobre o aumento das competências das freguesias e o consequente aumento da área concorrencial com os municípios; questionando se a constituição das Comunidades Intermunicipais, mediante a transferência de competências da Administração Central e Local e com a eleição directa dos seus órgãos não consubstanciará uma forma dissimulada e antidemocrática de instituir as regiões administrativas; e, finalmente, se com a instituição da forma de governo parlamentar nas autarquias não haverá um acréscimo da instabilidade política com a formação de maiorias de bloqueio.

Na fase de debate, bastante participado, estas e outras questões foram abordadas pelos presentes, com destaque para autarcas como Ana Gomes do PS e os presidentes das juntas de freguesia de Algueirão-Mem Martins, S.Martinho ou Massamá, bem como diversos munícipes interessados na problemática em debate.

No encerramento, e em nota de rodapé, o presidente da Alagamares não deixou de aproveitar a ocasião para denunciar os recentes abates de árvores de grande porte no centro histórico, solicitando que as entidades informem antecipadamente e de forma cabal sobre as intervenções que de ano para ano vão desertificando a paisagem urbana da Vila, assim desvalorizando o seu valor cénico e monumental, que igualmente contribuiu para a classificação de Sintra como Paisagem Cultural.

sábado, 12 de novembro de 2011

Abate de árvores em Sintra: a razia continua

NA VILA VELHA (Fotos de Pedro Macieira)
NA RUA D.JOÃO DE CASTRO(Fotos de Ricardo Duarte)
Aqui já pouco resta a fazer, senão replantar. Mas pergunta-se: se estavam doentes, quem as deixou de tratar ou esqueceu-se de espaço para rega, ou mesmo danificando raízes quando se realizaram obras no subsolo? Matar quem se deixa morrer é desculpa que nada justifica.

Reacções:

Estamos juntos.Esta informação deverá circular por todos os meios de informação local com o apoio das várias entidades que se manifestarem e se indignarem com esta medida anti paisagem natural património mundial.
A nossa sugestão deverá passar por um esclarecimento aos sintrenses para que inviabilizem esta violação ao ambiente e à paisagem do concelho de Sintra.
Cumprimentos
Casa das Cenas - Educação pela Arte

Amigos
Abater árvores é competição nacional a que muitas câmaras procedem. As árvores tiram o sol às casas, as folhas caídas são fatores de lixo, obrigam à anual despesa da poda, incomodam os peões se estão implantadas nos passeios, são esconderijos de pássaros que nos cagam sobre a cabeça e abrigos onde imorais sujeitos e velhos com a próstata grande mijam. Logo, é cortá-las bem cortadas, esfaqueá-las, matá-las. Quanto mais betão erguermos e árvores destruirmos mais saudável e abençoada será a nação.
Talvez por isso, quando há algum tempo a Alagamares reclamou sobre um futuro corte das árvores de Colares, os "donos" delas disseram que era mentira, falsidades e estivessem tranquilos que consultariam a Alagamares se um dia pensassem nisso. Segundo me recordo escrevi para vocês a dizer que isso era mentira para embaciar os espíritos crédulos. Assim parece. Os carrascos das árvores vêm escondidos na noite ou pela madrugada e zás, limpam-lhes o sebo. Quando o cidadão acorda vê que a paisagem foi roubada, saqueada. Faz queixa. Ninguém o escuta. Porquê? Em Portugal o cidadão não é um cidadão mas uma bosta. É democrático.
Com todo o respeito e agradecido pelo vosso esforço
António Sales

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Prémio Agustina Bessa Luis com ligações a Sintra


O romance “Trás-os-Montes”, de Tiago Manuel Ribeiro Patrício, venceu por unanimidade o Prémio Revelação Agustina-Bessa Luís, no valor de 25 mil euros, disse hoje à Lusa fonte da Estoril Sol que institui o galardão.

Tiago Manuel Ribeiro Patrício, 32 anos, farmacêutico, é o terceiro vencedor deste prémio que, além do valor pecuniário, garante a publicação da obra através da editora Gradiva.

Na acta do júri, presidido pelo escritor Vasco Graça Moura, a que a Lusa teve acesso, salientam-se “as qualidades de escrita reportadas à dureza de um universo infantil numa aldeia de Trás-os-Montes e à maneira como o estilo narrativo encontra uma sugestiva economia na expressão e comportamentos das personagens”.

O Prémio, instituído pela Estoril Sol em 2008 por ocasião do seu 50.º aniversário, distingue um romance inédito de autor português até 35 anos, sem qualquer obra publicada no género.

O júri foi composto ainda por Guilherme d’Oliveira Martins, em representação do Centro Nacional de Cultura, José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, e ainda Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual, e Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.

Os anteriores distinguidos foram Raquel Ochôa com “A Casa-Comboio” e que este ano publicou uma biografia da infanta Maria Antónia de Bragança, neta do Rei D. Miguel, e o neurologista Paulo Mourão com “A cabeça Séneca”. Em 2008 o Prémio não foi atribuído “por falta de qualidades dos textos apresentados”, segundo fonte do júri.

O vencedor deste ano, Tiago Manuel Patrício, nasceu no Funchal, é orientador de um curso de poesia no Hospital Psiquiátrico do Telhal e realiza uma residência artística no Estabelecimento Prisional do Linhó, no âmbito dos projectos EVA (Exclusão -- Valor Acrescentado).

Trabalha como dramaturgo com várias companhias de teatro, nomeadamente o teatromosca (Sintra), Estaca Zero e Ponto Teatro (Porto), para as quais escreveu diversas peças (“Paula Rego”, “Hellen Keller”, “Snipers” e “Lugares”).

A sua peça “Checoslováquia” recebeu a Menção Honrosa no prémio luso-brasileiro de dramaturgia António José da Silva, obra que, em Setembro último, foi apresentada no Teatro Nacional D. Maria II, numa leitura encenada.

domingo, 30 de outubro de 2011

Entrevista de valter hugo mãe à Alagamares

Por ocasião do novo livro de valter hugo mãe "o filho de mil homens" reditamos uma entrevista feita há algum tempo com valter hugo mãe 


valter hugo mãe nasceu em Angola, Saurimo, em 1971. Passou a infância em Paços de Ferreira, vive em Vila do Conde desde 1981. Licenciado em Direito, pós-graduado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea.
Vencedor do Prémio José Saramago com o romance o remorso de baltazar serapião, Quidnovi, 2006, sobre o qual José Saramago disse: «Este livro é um tsunami, não no sentido destrutivo, mas da força. Foi a primeira imagem que me veio à cabeça quando o li. [...] Quando foi publicado? E os sismógrafos não deram por nada? Oh, que terra insensível: este livro é uma revolução. Tem de ser lido, porque traz muito de novo e fertilizará a literatura. Por vezes tive a sensação de estar a assistir a um novo parto da língua portuguesa.».
Autor também do romance o nosso reino, Temas & Debates, 2004, considerado pelo Diário de Notícias o melhor romance português editado nesse ano.
Escreveu diversos livros de poesia, entre os quais: bruno, Littera, 2007; pornografia erudita, Edições Cosmorama, 2007; livro de maldições, Objecto Cardíaco, 2006; o resto da minha alegria seguido de a remoção das almas, Cadernos do Campo Alegre, 2003; útero, Quasi, 2003; a cobrição das filhas, Quasi, 2001 e três minutos antes de a maré encher, Quasi, 2000.
Sobre a sua obra: A meta física do corpo, sobre a poesia de valter hugo mãe, seguido de uma antologia, de Rui Lage, Edições Cosmorama, 2006.
Organizou as antologias: O Encantador de Palavras, poesia de Manoel de Barros; Série Poeta, em homenagem a Julio – Saúl Dias; Quem Quer Casar com a Poetisa, poesia de Adília Lopes; O Futuro em Anos-Luz, por sugestão do Porto 2001; Desfocados pelo Vento, A Poesia dos Anos 80, Agora; Cântico Negro, poesia de José Régio, em colaboração com Luís Adriano Carlos.
A sua poesia está traduzida/editada em antologias ou livros autónomos em países como Espanha, Brasil, República Checa, Tunísia, Israel, Alemanha, Suiça, França, Eslovénia, Estónia e Estados Unidos da América.
Esporadicamente, dedica-se às artes plásticas, tendo realizado a sua primeira exposição, intitulada o rosto de gregor samsa, no final de 2006 na Galeria Símbolo (Rua Miguel Bombarda, Porto), preparando a segunda, ainda sem título, para o final de 2008.Actualmente constituiu a banda Governo.
ALAGAMARES-O valter hugo mãe distribui-se por diferentes áreas de actividade artística, literária e musical e até é licenciado em Direito.Qual a sua propensão natural de todas estas? Como se definiria?
vhm-Sou um escritor. Não é possível comparar tudo o mais que faço, ou com que me envolvo, com o meu percurso e empenho na escrita. Sou, de facto, alguém que escreve e tem na escrita um eixo fundamental da sua vida.
ALAGAMARES-A sua escrita reflecte uma visão muito contemporânea da nossa sociedade e valores.Que valores predominam hoje na sociedade portuguesa com os quais se revê?
vhm-Isso gostava eu de saber, que o mais que faço é andar à procura de entender. Os meus livros pretendem ajudar-me a conhecer e a aceitar, eventualmente, o lugar do outro. Não creio que sejamos piores do que os outros, creio é que podemos mesmo ser melhores do que já somos. Gosto de uma certa humildade portuguesa, mas lamento o menosprezo, gosto da familiaridade portuguesa, não gosto tanto da intromissão ou da inveja, como bem aponta José Gil. Uma sociedade melhor há-de ser sempre uma sociedade que procure os seus equilíbrios. Precisamos amenizar defeitos e potenciar virtudes, para isso há que diagnosticar e assumir.
ALAGAMARES-Já ganhou um prémio Saramago. Revê-se ou aprecia mais o homem, o político, o escritor ou nenhum?
vhm-O José Saramago é um grande homem, é um grande escritor. Cresci a admirar o seu compromisso constante com as questões sociais e políticas, admiro que se incomode e não preciso de estar sempre de acordo com ele. Acho que é bem verdade aquela máxima que diz que o preocupante não é o barulho dos maus, mas sim o silêncio dos bons. O Saramago escreve magistralmente e nunca se calou, correndo riscos e incomodando-se. Gosto de gente assim, que pense e opine, para que quem detenha o poder não se julgue invisível ou impune.
Alagamares-Quem são para si os grandes escritores vivos da actualidade?
vhm-Saramago e Lobo Antunes (por quem tenho uma paixão avassaladora), Herberto Helder, Agustina, Ramos Rosa, Maria Velho da Costa, Armando Silva Carvalho, José Agostinho Baptista, Adília Lopes
Alagamares-Acha que um blogger é um escritor que não arranjou editor ou é um repentista que gosta de se ouvir a si próprio? Há uma literatura do tempo das redes sociais?
vhm-Um blogger pode ser de tudo. Há-os bons e maus. Há daqueles que hão-de passar a livro em esplendor, e outros que não chegarão lá. Acho que o blogue intensificou algumas características que já vinham a ser exploradas na literartura pós-moderna, a fragmentaridade e a atenção a um sem número de temas menores, aquilo que leva a uma espécie de literatura de tom diarístico. As recolhas do Pedro Mexia mostram isso bem. Penso que serão dos melhores livros resultantes de blogues que tivemos em Portugal. Por consequência o Pedro Mexia será dos nossos bloguers mais interessantes, sem dúvida. Mas ele já vinha dos livros, na verdade, o blogue veio depois.
ALAGAMARES-O que anda a escrever neste momento?

 vhm-Estou a fazer alterações num argumento que escrevi para uma longa-metragem a ser rodada no Porto no início de 2010.
ALAGAMARES-Acordo Ortográfico: sim ou não?
 
vhm-Sim, se exactamente como está definido é que tenho dúvida. Mas acho fundamental que procuremos manter a língua coesa no âmbito dos PALOP. Se o mundo nos deixar com o português confinado a Portugal vamos ficar mais sozinhos, muito mais pequenos, numa espécie de claustrofobia que será difícil de ultrapassar e que nos prejudicará a todos os níveis, desde logo, e mais ainda, no que respeita à auto-estima.
ALAGAMARES-O graffitti é uma forma de arte ou vandalismo?
 
vhm-Amo graffittis. Há gente fabulosa a pintar por aí. Adorava que me pintassem umas paredes, umas telas, uns papéis, o que fosse. Mas compreendo que nem todos os cidadãos pensem assim, e as casas são de quem são. Creio que há graffitters que entendem um pouco melhor a ética da coisa e fazem intervenções em lugares que, por algum motivo, se adequam melhor à filosofia rebelde da coisa. Penso que algumas zonas das cidades deviam ser declaradas de liberdade criativa a este respeito. Seria lindo. Já a malta dos tags é uma treta. Assinam por aí fora num problema de ego mal resolvido. Não gosto.
ALAGAMARES-Porque escreve sempre com minúsculas?
 
vhm-Porque procuro aproximar-me do modo como verdadeiramente falamos, e não falamos com maiúsculas. O nosso discurso acentua-se naquilo que, pelo sentido das palavras, leva o interlocutor a uma espécie de sublinhado. Nos livros faço isso, ou procuro fazer, que é deixar ao leitor a atribuição da importância relativa de cada palavra. Há uma aceleração do texto e uma democratização da dignidade de cada expressão, de cada vocábulo.
ALAGAMARES-Como vê a juventude portuguesa desta última década?
vhm-Infelizmente parece-me que a minha geração está a retroceder em valores. Nos anos oitenta vivemos numa liberdade, e sobretudo com os olhos postos numa prometida liberdade que, quando passamos a ser pais, voltamos a fechar.
Lamento encontrar em escolas que visito malta dos 15 aos 18 com valores mais antigos dos que os meus. Cheios de preconceitos e caminhando, por exemplo, para uma sociedade mais machista. Abomino essas cantoras tipo putas que se põem nos vídeos de cuecas a esfregarem-se nos carros ou nos gajos com ar de chulos. A América está a vender à juventude de todo o mundo uma imagem dos rapazes como durões antipáticos e das raparigas como descerebradas e no cio. É uma pena, e lamento que a malta nova depois mimetize estes clichés julgando que isso lhes dá poder.
ALAGAMARES-Sintra para si suscita que tipo de sentimentos?
vhm-Tenho vertigens. Tentei um dia subir aí umas ruínas e fiquei petrificado nos primeiros degraus. Tinha vinte anos e foi um pesadelo. Quando penso em Sintra revivo um pouco esse momento em que percebi que o incómodo com as alturas podia ser extremo.

sábado, 29 de outubro de 2011

Orbesirindo

In-InicioSom...e a música fez-se verbo.

As Orbes Ir Indo numa viagem orbital (ou des?) de falar música e música falar.
OuvirEscutarBrincar. TocarVozearRitmar.
Expriment(ar). 
Ver como o Tempo vai estar. JamIrIndo sem parar. 
Spoken Music não é palavra só de pensar...não é música só de ouvir. Sentir. Viajar.
A voz é cantante a música é falante:
Haja pavilhão auricular! Sem crise(s).
Música falante à voz musical.
Orbesirindo, um novo projecto de spoken music, de Rui Zilhão, Pedro Hilário e Rui Mário.