domingo, 23 de fevereiro de 2014

Pessoa-Cem Anos de Heterónimos a 8 de Março

    Cartaz da autoria de Gonçalo Moleiro


No dia 13 de Janeiro de 1935, um domingo, Fernando Pessoa escreveu uma carta, em resposta a uma outra do seu amigo e crítico literário Adolfo Casais Monteiro, onde expôs a génese dos seus heterónimos, nomeadamente do mestre Alberto Caeiro e seus discípulos Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
O que pretendeu ser uma partida ao seu amigo Mário de Sá - Carneiro, mediante as suas próprias palavras, com a invenção de “um poeta bucólico, de espécie complicada, e apresentar-lho, já não me lembro como, em qualquer espécie de realidade”, transformou-se no momento que iria marcar toda a literatura do século XX: o dia 8 de Março de 1914, denominado pelo próprio Fernando Pessoa como “o dia triunfal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim”. Nascia o mestre Alberto Caeiro, com o “O Guardador de Rebanhos”, – que lhe pareceu ser logo o seu mestre – e os discípulos que Fernando Pessoa tratou de lhe descobrir: nasciam Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

No dia 8 de Março de 2014 decorrem cem anos sobre o “dia triunfal” de Fernando Pessoa, e a Alagamares – Associação Cultural marcará essa efeméride com a realização de um colóquio, nesse mesmo dia, na Biblioteca Municipal de Sintra – Casa Mantero (Rua Gomes de Amorim, Sintra), às 16 horas.

O colóquio será preenchido pelas intervenções dos oradores convidados, estudiosos deste vasto tema e pessoas de elevada intervenção cultural: O historiador João Rodil abordará o heterónimo Alberto Caeiro; Luís Tavares, filósofo, fará uma exposição sobre Álvaro de Campos; a Jorge Telles de Menezes pertencerá a exposição sobre Ricardo Reis;Renato Epifânio, presidente do MIL- Movimento Internacional Lusófono, terá a seu cargo a abordagem da personalidade de Fernando Pessoa ortónimo.
As intervenções serão intercaladas com a declamação de poemas dos heterónimos e do ortónimo pelo actor e encenador Rui Mário.

No espaço da biblioteca será possível a aquisição de livros de poesia que marcam a efeméride, assim como de autores sintrenses, pela instalação de um local de venda patrocinado pela livraria Dharma, de Mem Martins.

Entrada Livre

SOBRE OS ORADORES
RENATO EPIFÂNIO
Renato Epifânio é Membro do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira e da Direcção da Associação Agostinho da Silva; Secretário-Executivo da Comissão das Comemorações do seu Centenário; investigador na área da "Filosofia em Portugal", com dezenas de estudos publicados. Tem Licenciatura e Mestrado em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; doutorou-se, na mesma Faculdade, com a dissertação Fundamentos e Firmamentos do pensamento português contemporâneo: uma perspectiva a partir da visão de José Marinho (IN-CM, no prelo). É autor das obras Visões de Agostinho da Silva (Zéfiro, 2006), A Via Aberta do Pensamento Português Contemporâneo (Zéfiro, no prelo) e Repertório da Bibliografia Filosófica Portuguesa (Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2007), já em parte publicado na Philosophica, Revista do Departamento de Filosofia da F.L.U.L. Partilha, com Paulo Borges e Celeste Natário, a Direcção da Revista Nova Águia, sendo o Director da colecção com o mesmo nome na Zéfiro. Faz ainda parte da Comissão Coordenadora do MIL-Movimento Internacional Lusófono.


 
LUÍS TAVARES
Licenciado em Filosofia pela UNL. Alguns artigos e traduções em revistas e online: “Comunicação e Sociedade” e “Configurações” (Universidade do Minho); “Comunicação e Linguagens” (UNL); Nova Águia; Site da SLP (Sociedade da Língua Portuguesa). Alguns prefácios e livros de edição de autor e co-autor. Realização de algumas entrevistas em vídeo: Eduardo Lourenço, Fernando Belo, José Trindade Santos, entre outros. Actividade em artes plásticas durante vários anos.
 
JOÃO RODIL

Historiador, investigador na área de história, etnografia e literatura, com obras publicadas sobre a história da região de Sintra, partilhando os segredos que esta Serra sagrada encerra e tem-se dedicado ao longo de vários anos a esculpir uma outra montanha - a do imaginário dos homens, com o seu amor pela beleza da paisagem, património e cultura.

 
JORGE MENEZES

Poeta, tradutor, dramaturgo, cultor de spoken word. Sintra estruturou a sua existência. O verdadeiro cosmopolita é o mais puro defensor da tradição. Cresceu como ser humano quando traduziu Martin Heidegger e William Faulkner. De poesia publicou os livros In einer Fremden Stadt e Selenographia in Cynthia e o romance Novelos de Sintra. É contra a civilização do petróleo e só usa transportes públicos.

 
Rui Mário, conhecido actor e encenador sintrense, colaborará lendo poemas dos vários heterónimos. Na foto, numa cena do filme "Ophiussa" no qual desempenhou o papel de Fernando Pessoa




 
 

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Jantar do 9º aniversário da Alagamares


A Alagamares celebra 9 anos no próximo dia 9 de Março, e em comemoração do facto realiza o habitual jantar, no qual pretende juntar associados e amigos, desta vez no Restaurante D.Pipas, em Sintra. 

Inscrições para o nosso endereço electrónico alagamaressintra@gmail.com ou pelo 913059184 até dia 7 de Março. 

Ementa e Preços:

Entradas
Pão, manteigas, azeitonas à alentejana
Queijinhos frescos 

Quentes 
Caldo verde á minhota 

(Prato p/escolher (1 prato)

Bacalhau c/ Broa no forno

Lombo de porco recheado c/ameixa

Sobremesas à escolha
Tarte de chocolate e caramelo
Brigadeiro
Pudim flan
Pudim de café 
Arroz doce
Mousse de chocolate
Salada de frutas
Mousse de manga
Gelados
Bebidas
Aguas
Sumos
Cervejas
Vinhos da casa branco ou tinto ou sangria
Café 

Preço por pessoa: 15.00€
NOTA: Se alguém precisar de dieta também é facultado.

Restaurante D. Pipas
Rua João de Deus nº62 Sintra (atrás da estação ferroviária)

Durante a tarde desse dia, pelas 16, haverá uma sessão dedicada a assinalar os 100 anos do anúncio por Fernando Pessoa de haver criado os seus heterónimos, a 8 de Março de 1914, facto que será assinalado por um colóquio de entrada livre na Biblioteca de Sintra (Casa Mantero) ao qual podem os nossos associados e amigos assistir, ainda que depois não compareçam ao jantar, e de cujos detalhes será dada nota em comunicação específica.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Eleitos os órgãos sociais para 2014-2016

Decorreu no dia 15 de Fevereiro a Assembleia Geral da Alagamares-Associação Cultural tendo por objectivo aprovar o relatório e contas e eleger os órgãos sociais para 2014-2016, os quais ficaram com a seguinte composição:

Assembleia Geral
Presidente-Paulo Escoto 
Vogais-Teresa Ricardo e Susana Gaspar 
Suplente-Gonçalo Salvaterra

Direcção
Presidente-Fernando Morais Gomes
Vice Presidente-João Rodil
Secretário-João Afonso Aguiar
Tesoureiro-João Faria dos Santos
Vogais-Ricardo Duarte, Gonçalo Moleiro e Eugénio Montoito
Suplente-Rui Mário

Conselho Fiscal
Presidente-Daniel André
Vogais-Pedro Santos e Carla Major
Suplente-Pedro Pignatelli

Entre as iniciativas já agendadas para os tempos mais próximos a associação tem prevista uma sessão dedicada a assinalar os 100 anos do surgimento dos heterónimos de Fernando Pessoa, dia 8 de Março, visitas críticas sobre o estado do património à Peninha e Quinta da Ribafria, caminhadas pedonais, os 40 anos do 25 de Abril e o 4º Encontro de História de Sintra, em Maio, estando ainda no horizonte assinalar os 40 anos do desaparecimento de Raul Lino e Ferreira de Castro. Um novo espaço Web está igualmente em construção.


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Lista Candidata para o Biénio 2014-2016


COMUNICADO

PAULO MANUEL SARGO ESCOTO, Presidente da Assembleia Geral da Alagamares-Associação Cultural, comunica que decorrido o prazo estabelecido e analisada a documentação entregue, foi presente e aceite uma lista, ora designada LISTA A candidata aos órgãos sociais da Alagamares para o biénio 2014-2016:
ASSEMBLEIA GERAL

Presidente-Paulo Escoto

Mesa-Teresa Ricardo e Susana Gaspar

Suplente-Gonçalo Salvaterra

 DIRECÇÃO

Presidente- Fernando Morais Gomes

Vice Presidente-João Rodil

Secretário-João Aguiar

Tesoureiro-João Faria dos Santos

Vogais-Ricardo Duarte, Gonçalo Moleiro e Eugénio Montoito

Suplente-Rui Mário

 CONSELHO FISCAL

Presidente-Daniel André

Vogais-Pedro Santos e Carla Major

Suplente-Pedro Pignatelli

O acto eleitoral terá lugar dia 15 de Fevereiro pelas 15h no Espaço Cultural Voando em Cynthia, na R.Heliodoro Salgado em Sintra, com a ordem de trabalhos já indicada na Convocatória.

Galamares, 9 de Fevereiro de 2014

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Assembleia Geral- 15 de Fevereiro


PAULO MANUEL SARGO ESCOTO, Presidente da Assembleia Geral da Alagamares-Associação Cultural, vem nos termos do artº 15º dos Estatutos convocar a Assembleia Geral da mesma para o dia 15 de Fevereiro de 2014, pelas 15h, na sede do Espaço Cultural Voando em Cynthia, sito na Av. Heliodoro Salgado (rua pedonal) em Sintra, com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Informações pela Direcção e associados que se queiram inscrever
2. Aprovação dos Relatórios e Contas de 2011, 2012 e 2013.
3. Eleição dos órgãos sociais para o Biénio 2014- 2016.

Esta convocatória fica formulada por aviso afixado na sede da Associação, em 2 lugares públicos do concelho de Sintra, bem como por aviso electrónico no  http://alagamaresnews.blogspot.pt
página da associação, nos termos do artº 174º do Código Civil.

A Assembleia considera-se legalmente constituída se estiverem presentes na sua abertura metade mais um dos associados, funcionando meia hora mais tarde com qualquer número de associados.

Os membros dos órgãos sociais serão eleitos pelo período de 2 anos, nos termos do artº 12º, por sufrágio presencial, directo e secreto, pelos associados admitidos até 2 meses antes da data da apresentação das candidaturas e tenham satisfeito a quota de 2014.

É permitida a reeleição e nenhum associado pode ser eleito para mais de um cargo nos órgãos sociais.

As eleições serão por lista para os três órgãos, a apresentar pelos associados ao presidente da Assembleia Geral até ao dia 10 de Fevereiro às 18 horas, sob pena de exclusão da candidatura, o qual verificará a legitimidade das listas e divulgará as admitidas no sítio Internet da associação e por afixação na sede da Associação até 3 dias antes da Assembleia Geral.

Após o escrutínio e apuramento de resultados pela Mesa da Assembleia Geral, e não havendo irregularidades ou recllamações, o presidente da Assembleia Geral cessante afixará os resultados e dará posse aos órgãos sociais eleitos.

Sintra, 2 de Fevereiro de 2014

O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA GERAL
Paulo Manuel Sargo Escoto

ALAGAMARES-ASSOCIAÇÃO CULTURAL
Av.25 de Abril 162
Galamares 2710-247 SINTRA
TEL 913059184

Agradece-se que seja pelos associados em falta liquidada a quota de 2014 no valor de 12 euros através do NIB 0007.0341.00028990001.55 ou no local da Assembleia Geral imediatamente antes do início da mesma.
Saudações Associativas

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Debate sobre o Centro Histórico de Sintra

Novas perspectivas para o Centro Histórico de Sintra decorrentes dum novo ciclo político autárquico, num quadro em que novas iniciativas se anunciam enquanto velhos problemas persistem, foi a razão pela qual a Alagamares promoveu no dia 31 de Janeiro no Café Saudade uma tertúlia franca e descontraída destinada a abordar a temática, num plano de iniciativa cidadã e apelo ao debate aberto em torno das causas púiblicas.
Sobre o Centro Histórico muito já foi dito, subsistindo velhas questões como a da sobreposição de planos e entidades, que criam uma cacofonia de gestão e não permitem aos decisores uma assunção plena do seu papel, sendo certo que a autarquia é a única com génese democrática e escrutinável.Persiste igualmente um segmento do turismo baseado no excursionismo, com uma média de dormidas no concelho de 2,3 noites (Cascais tem 3,4) e apenas cerca de 1500 camas entre hotéis, pensões e demais alojamentos, não obstante se registe o aparecimento de novos espaços de alojamento.

A degradação do Centro Histórico, desertificado, sem plano actualizado e sem atractividade para moradores e visitantes e o envelhecimento da sua escassa população não incentivam a mobilidade social ou o surgimento de massa crítica e criativa a partir de dentro, a par da falta de um plano de marketing territorial assente nas virtualidades das pessoas e não só no património histórico, sendo que apesar da marca romantismo esta não é idónea a caracterizar um concelho onde apenas 10% da população vive na Sintra dita “romântica”.Como problema central por todos reconhecido continua a sentir-se o da mobilidade,faltando bolsas de estacionamento e uma rede de mini buses que atravesse as zonas críticas e a carecer de preservação ambiental.
Apostar no transporte público no acesso à serra e seus polos turísticos, com preços moderados para quem aceda aos palácios de transporte público, sendo o bilhete de entrada e transporte vendidos em conjunto, e com um diferencial de preço significativo poderá ser uma medida entre outras, bem como o reforço da sinalética e o incremento de placas explicativas dos monumentos a visitar. Adoptar benefícios em sede de taxas ou impostos a quem voluntariamente recupere edifícios e património, bem como destinar parte do montante cobrado em sede de contra-ordenações a um fundo de reabilitação urbana, criar no PDM a Área de Paisagem Cultural de Sintra, englobando a área do concelho, do Parque Natural, POOC, Rede Natura 2000 e Centro Histórico, com homogeneidade de gestão, são iniciativas que à Alagamares se afiguram plausíveis, no quadro de uma Agência Municipal de Investimentos que promova o emprego e o crescimento, as actividades económicas essenciais (na óptica do turismo, empregabilidade, fixação no terciário, lazer e habitação qualificada ) e proponha uma política de apoios tributários apelativa, passando pela celebração de protocolos ou contratos programa que desenvolvam um partenariado positivo e gerador de sinergias que se manifestem de modo permanente e não só no momento do licenciamento ou instalação.

As lojas têm igualmente que desenvolver um conjunto de especificidades, que determinarão não apenas a sua sobrevivência, como também o seu sucesso em termos de futuro, devendo a política de estacionamento ponderar a mobilidade das pessoas mas num quadro que reconheça a particularidade do Centro Histórico e a indesejável massificação turística redutora do "espirito do lugar".
Deve pois ser elaborado um projecto de urbanismo comercial do Centro Histórico que envolva de forma clara  comerciantes e autoridades. A animação das ruas, com pequenos espectáculos musicais ou outros, concursos de montras, a iluminação e decoração festiva, as semanas temáticas, são alguns dos eventos que poderão servir como antídoto ao marasmo reinante, onde espaços velhos aguardam que a especulação imobiliária os transforme em bancos ou lojas de compra de ouro ou de telemóveis, como agora é o caso. Essenciais se tornam igualmente benefícios camarários na transmissão de imóveis para comércio tradicional e criação de emprego local, apoios à reabilitação contratualizados não só para as obras mas também para os usos subsequentes; política de eventos e de promoção agressiva, segurança, branding comercial, que não se esgote em eventos avulsos e de cosmética, criação de um Gabinete Municipal que centralize a recuperação comercial, a política de horários, a segurança e mobilidade, e uma política de toldos, esplanadas e ocupação do espaço público pró-activa e dinamizadora.


Institucionalmente tal implica equacionar quais os serviços que devem continuar a ser executados pela Câmara  e aqueles que podem e devem ser delegados nas freguesias, sempre acompanhados do respectivo cheque financeiro e recursos humanos, numa óptica de proximidade (a ligação com as escolas do ensino básico, as associações culturais e desportivas ou as associações de idosos, lares e centros de dia, por exemplo) e procurar  resposta para alguns casos patológicos de degradação de património e da paisagem, como a casa da Gandarinha, o Hotel Netto ou a Quinta do Relógio, bem como diligenciar no sentido de certas urbanizações já iniciadas não ficarem ao abandono, como parece estar a ocorrer em Monte Santos, na zona tampão do Centro Histórico.A isso não deve ser alheia a urgência de concluir a revisão do Plano de Urbanização de Sintra, há anos em estudo, e melhorar a articulação com a Parques de Sintra-Monte da Lua na óptica da gestão da área de paisagem cultural. Outro problema por resolver é também o da mobilidade dos deficientes e o seu acesso aos monumentos e edifícios da Vila.
No que ao debate propriamente dito concerne destaque para diversas intervenções: 

Francisco Hermínio Santos questionou a aquisição pela autarquia do Hotel Netto, recentemente decidida para aí instalar um hostel destinado a jovens quando já haviam projectos e financiamento para tal fim por parte da Parques de Sintra, que em seu entender estará mais habilitada para gerir o local, manifestando a opinião de que seria mais adequada a aposta numa gestão integrada do Centro Histórico, recuperando-se um Gabinete com essa finalidade bem como certos programas que no passado terão já mostrado potencialidades, como o RECRIA ou o CORESINTRA, posição que foi questionada por Vítor Marques, morador e comerciante da Vila. O historiador João Rodil lançou uma sugestão: porque não trazer para Sintra e para o Centro Histórico o polo de Humanidades da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa? Igualmente por si foi salientada a necessidade de perservar o património móvel e imaterial, dando como exemplo o dos arquivos históricos da Câmara Municipal e a premência da definição dum espaço com dignidade para acolher os mesmos, realçando o tesouro que constituem a par dos arquivos da Santa Casa da Misericórdia. O facto de muitos dos imóveis ao abandono no Centro Histórico serem propriedade municipal foi também referido, destacando-se o papel propulsor que à autarquia está cometido no processo de recuperação a promover.


Rui Amadeu, comerciante da Estefânea, abordou o tema do estacionamento e a recorrente questão da falta de locais alternativos que "segurem" os visitantes, enquanto Paulo Raposo apontou o dedo a aspectos ligados à maneira como se promove Sintra, sabendo-se que muitos que nos visitam o fazem numa complementaridade do destino principal, que é Lisboa.O papel dos postos de turismo foi também criticado, bem como a degradação da Rampa da Pena, acusando ainda os efeitos devastadores do ciclone de 19 de Janeiro de 2013.
Paulo Parracho, jornalista e autarca, abordou diversos pontos, dos edifícios degradados à necessidade de habitação para jovens no Centro Histórico, bem como a necessidade de cuidar do mobiliário urbano (deu como exemplo o facto de os pilaretes que protegem os passeios serem de vários estilos e sem uniformidade estética) a indesejável instalação de ecopontos junto aos monumentos ou a deficiente sinalização para quem de transporte ou em viatura própria pretenda chegar à Vila Velha. Como sugestão para mitigar o défice de estacionamento foi por si sugerido o uso do edifício da antiga Sintra-Garagem, questionando a não reposição da passagem aérea que ligava o Departamento de Urbanismo à Avenida Heliodoro Salgado.
Presente no debate, o presidente da União de Freguesias de Sintra, Eduardo Casinhas, sugeriu que todas as propostas saídas do debate fossem endereçadas à Junta para que a mesma possa reforçar a sua defesa junto da Câmara Municipal, e elencou diversas iniciativas a desenvolver pela junta enquanto autarquia de proximidade, defendeu os parques periféricos e aproveitou para criticar o excesso de zelo da Polícia Municipal no reboque e bloqueio das viaturas.
Usaram ainda da palavra os munícipes Paulo Escoto, Rui Oliveira (que denunciou a situação de quase "clandestinidade" em que se encontra a placa evocativa de Margarida Fernandes na igreja de S.Martinho, ofuscada pelos ecopontos sempre rodeados de lixo) e o encenador José Sabugo, tendo no final ficado decidido enviar à União das Freguesias de Sintra e à Câmara nota desta iniciativa e das preocupações aqui elencadas pelos presentes, enquanto cidadãos e stakeholders, numa óptica de colaboração e preocupação com um território e um acervo patrimonial que a todos pertence.