Aproximando-se
as eleições autárquicas, e sendo o sector da Cultura estruturante em
qualquer democracia avançada, vão o Chão de Oliva- Centro de Difusão
Cultural e a Alagamares- Associação Cultural promover dia 19 de Setembro
pelas 21h na Casa de Teatro de Sintra um debate com associações e
agentes culturais para o qual se vão convidar as candidaturas à Câmara
Municipal.
Sabendo o quanto são o parente pobre do Orçamento e os agentes culturais
muitas vezes meros adereços decorativos nas campanhas e na via pública,
é objectivo desta iniciativa pôr a Cultura no centro do discurso
político, realçando as suas patologias, potencialidades e virtualidades.
Baluartes
de resistência e cidadania durante o período do Estado Novo, as
associações irromperam no pós 25 de Abril como cogumelos, sendo hoje
mais de 40.000, distribuídas nas vertentes cultural, desportiva,
sócio-profissional ou de solidariedade. Mas se ser agente cultural é uma
forma de dizer que se quer estar activo como cidadão-actor em prol duma
participação efectiva e do legítimo exercício da democracia cultural
-na vertente de cultura para todos, e com todos -tal não impede que a
mudança de paradigma que as novas solicitações da sociedade global e da
informação impõe permitam e exijam que se ultrapassem algumas
patologias.
A
eterna falta de verbas e da perspectiva de olhar para as associações
sobretudo para a preservação da vertente patrimonial, das sedes e
equipamentos, desenquadrada do fim último de congregar vontades,
mobilizar opiniões, e gerar actos de cultura, desporto, etc; a
prevalência do individualismo hedonístico, que desvaloriza o trabalho de
equipa ou colectivo, em benefício das figuras, num estereótipo
transmitido por um modelo de sociedade onde o Eu vence o Nós, mas de
forma volátil, efémera e perversa; a falta de investimento na inovação, e
na ruptura com certas práticas, reproduzindo uma "cultura de corpo"
estática, distanciada das necessidades para que muitas vezes essas
associações foram criadas, todos estes problemas carecem de respostas e
para tanto se quer ouvir as propostas dos agentes políticos, bem sabendo
os promotores que a Verba é inimiga do Verbo e os tempos de anomia e
aperto.
Como
escreveu André Malraux, a cultura só morre vítima da sua própria
fraqueza. Há que lubrificar as mentalidades e tomar em mãos a força que,
mais que qualquer arma, a Cultura e seus agentes devem ter na
Sociedade, se se quer viva, e factor de mudança.
Como
parceiros de desenvolvimento, vêm pois as associações promotoras do
debate convidar os candidatos e seus representantes, as associações do
concelho e os demais agentes culturais a estar presentes e apresentar
propostas no dia e hora acima indicados para um encontro no qual desde
já serão oradores Moisés Preto Paulo, do Centro Internacional de
Escultura de Pêro Pinheiro; Miguel Anastácio, do Sintra Estúdio de
Ópera; Pedro Alves, encenador e membro do teatromosca; Jorge Telles
Menezes, escritor e poeta, e Fernando Morais Gomes, moderador e
presidente da Alagamares-Associação Cultural.
Agradece-se
confirmação das presenças para o nosso endereço de correio electrónico,
bem como do número de participantes, em caso de organização ou
candidatura, sugerindo a organização que estes não sejam mais de 4 por
cada uma, independentemente de a entrada ser livre.
Igualmente se agradece a quem queira ver certos temas abordados que, sem prejuízo de o fazer ao vivo na data do debate, o faça chegar por este meio.
Cordiais Cumprimentos
Igualmente se agradece a quem queira ver certos temas abordados que, sem prejuízo de o fazer ao vivo na data do debate, o faça chegar por este meio.
Cordiais Cumprimentos
João de Mello Alvim, Chão de Oliva, Centro de Difusão
Cultural
Fernando Morais Gomes, Alagamares-Associação Cultural
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